Irôko ou Tempo – um orixá considerado raro

Irôko é um orixá cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponderia ao Nkisi Tempo na Angola/Congo.

Orixá Irôko (Tempo)

No Brasil, Iroko é considerado um “orixá” e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê Irôko manifestado.

Para alguns, possui fortes ligações com os orixá chamados Iji, de origem daomeana: Nanã, Obaluaiyê, Oxumarê. Para outros, está estreitamente ligado a Xangô. Seja num caso ou noutro, o culto a Irôko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias.

O culto a Iroko é um dos mais populares na terra yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Iroko, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem.

Culto a Irôko

Iroko está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo.

Dia da Semana: Terça-feira. Cores: Branco, Verde (ou Cinza) e Castanho Símbolo: Lança, Grelha Domínios: Tempo, Vida e Morte Saudação: Iroko ISó! Eeró!

Iroko ou Tempo, como também é conhecido, é um orixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes orixás desceram à Terra. Iroko é a própria representação da dimensão Tempo.

Em todas as reuniões dos orixás está sempre presente Iroko, calado num canto, anotando todas as decisões que implicam directamente na sua ação eterna.

É um orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por nascer. Toda a criação está nos seus desígnios.

É o orixá Iroko, implacável e inexorável, que governa o Tempo e o espaço, que acompanha, e cobra, o cumprimento do karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.

Correspondência de Irôko

Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilónia como Enki, o Leão Alado, que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito; cultuado no Egipto como Anúbis, o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte.

Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o Senhor do Início e do Fim; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade.

Irôko no Brasil

No Brasil diz-se que Iroko habita a gameleira branca, (Ficus gomelleira ou Ficus doliaria (também chamada figueira-branca, guapoí, ibapoí, figueira-brava e gameleira-branca-de-purga). Nos terreiros, costuma-se manter uma dessas árvores como morada de Iroko, assinalada por um ‘ojá’ (laço de pano branco) ao seu redor.

Características dos filhos do Tempo (Iroko)

Os filhos de Iroko são tidos como eloquentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos.

Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem. Apaixonam-se com facilidade e gostam de liderar.

Dotados de senso de justiça, são amigos queridos, mas também podem ser inimigos terríveis, no entanto, reconciliam-se facilmente.

Um defeito grande, é o facto dos filhos de Iroko não conseguirem guardar segredos.

Fonte: Vitor de Umbará