O dia da Umbanda é comemorado em todo país no dia 15 de Novembro. A escolha da data remete à fundação da religião no Brasil, por volta de 1907, pelo médium Zélio Fernandino de Morais e seu mentor o Caboclo Sete Encruzilhadas.

Imagem de guia da umbanda como são Jorge, uma sacerdote vestida a caráter, um preto velho, caboclos, ciganos  com o título: Dia da Umbanda: 15 de novembro

História do Dia da Umbanda

A Umbanda surgiu, como religião, nos subúrbios do Rio de Janeiro, na primeira década do século 20.

Segundo os relatos, em 15 de novembro de 1908, Zélio Fernandino de Moraes teria incorporado uma entidade que se identificou como do Caboclo das Sete Encruzilhadas e que anunciou a criação de uma nova religião no Brasil.

Apesar de muitos acreditarem ser a Umbanda apenas uma forma de Candomblé sem o sacrifícios de animais, para assim ser mais aceito pela população branca e urbana; suas crenças e dogmas assimilam elementos não só do candomblé, mas também do espiritismo, do catolicismo e, ainda, de tradições indígenas e caboclas.

Por isso, o dia da Umbanda, mesmo antes de ser oficializado, sempre foi comemorado nesta data de sua fundação, em 15 de novembro.

Como Zélio Fernandino de Moraes participou da fundação da Umbanda?

Na época, esse médium, de apenas 17 anos, estaria às vésperas de ingressar no serviço militar na Marinha, ficou doente; sofrendo com uma paralisia que nenhum médico na época, mesmo depois de muito investigar e examinar, conseguia explicar; muito menos curar.

Diante de tal situação, alguém da família sugeriu que isso poderia ser algo relacionado ao espiritismo e que deveriam levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida, à época, por José de Souza.

No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas se manifesta e se irrita com o mal trato no centro espírita

Sentado na corrente, Zélio, contrariando o andamento da sessão de que participava deixou a corrente e foi buscar um rosa.

Ao retornar à corrente com a rosa branca, vários outros outros irmãos haviam manifestado espíritos que se diziam pretos escravos e índios, hoje conhecidos como Pretos Velhos e Caboclos da Umbanda.

O diretor dos trabalhos irritou-se, achou tudo aquilo um absurdo; e advertiu os espíritos com aspereza, alegando que por “seu atraso espiritual“, não eram bem vindos ao centro e deveriam se retirar do local.

Após esse incidente, novamente o jovem Zélio foi tomado por um espírito e através dele falou: “Por que repelem a presença desses espíritos, se sequer dignaram-se a ouvir suas mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor?”

Ao ser indagado por um médium que o via com roupas de um padre jesuíta, ele respondeu:

“O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761.

Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como Caboclo brasileiro.” — Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Proibido de atuar no centro espírita, a entidade manifestada em Zélio funda o culto umbandista

A entidade incorporada em Zélio teria, então, se retirado do local. A respeito de sua missão, assim anunciou:

“Se julgam atrasados esses espíritos dos negros e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho; para dar início a um culto em que esses negros e esses índios poderão dar a sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou.

Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminho fechado para mim.”

Assim, no dia seguinte, uma multidão de curiosos se reuniu na casa de Zélio onde o Caboclo das Sete Encruzilhadas apareceu. para fundar uma nova religião, baseada nos valores da caridade e do amor ao próximo.

Rapidamente, a Umbanda se popularizou e se espalhou por todo Brasil e também chegou a outros países da América Latina.

O crescimento da Umbanda por todo o País e América Latina

A Umbanda é uma religião que sincretiza e combina o Catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena, cigana, oriental, dentre outros de graus diferentes de evolução espiritual.

Várias linhas foram se proliferando, agregando outras práticas. Desde o começo da história da Umbanda, pode-se perceber que ela é uma religião democrática e inclusiva.

Assim, influências orientais, influências africanas, influências esotéricas e influências kardecistas foram sendo incorporadas em várias Casas, de acordo com a proposta e as ordens recebidas pelos respectivos dirigentes e por seus guias-chefes.

Além dos espíritos de negros que foram escravizados e índios, foram surgindo várias outra falanges de entidades que passaram a trabalhar nos centros de Umbanda; em busca de praticar a caridade a quem precisasse e alcançar níveis mais elevados de evolução.

Além do culto aos Orixás, Pombagiras, Exús, Erês, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos e até indianos podem ser encontrados nos trabalhos de centros de Umbanda, pelo país afora.

A oficialização do dia da Umbanda

Sabendo da história sobre o surgimento da Umbanda e da data do ocorrido, todos os umbandistas sempre comemoraram o dia da Umbanda em 15 de novembro. Mas foi somente em 2012 que esta data se tornou oficial e reconhecida pelo Estado.

Para institucionalizar a data, a ex-presidente, Dilma Rousseff, assinou, no dia 16 de maio de 2012, a Lei 12.644 que decreta o “Dia Nacional da Umbanda”, a ser comemorado anualmente, em 15 de novembro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União dia 17 de maio de 2012.

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Saiba mais sobre a Umbanda

O que é Umbanda? – Umbanda é uma religião genuinamente brasileira que teve suas origens nos cultos do Candomblé e incorporou elementos do Catolicismo, Espiritismo e outros.

O que são orixás? Os Orixás são ancestrais da Umbanda, que durante sua vivência alcançaram poderes sobre determinados aspectos da natureza como: os raios, mares, rios, etc.

Consulte nesta página a relação com os principais orixás e entidades cultuados nas sessões umbandistas de todo o nosso Brasil.