Logunedé é orixá príncipe, filho da Rainha das Cachoeiras Oxum, e do Rei das Matas Oxóssi. Seu dia na Umbanda é 19 de abril, dia de Santo Expedito.

Logunedé – O príncipe dos orixás

O orixá Logunedé é visto com espelho e seu arco e flecha
Comemorado em 19 de abril, Dia de São Expedito

Logunedé pertence a dois mundos distintos: às águas doces de Mamãe Oxum, onde vive por 6 meses, e; às matas de seu pai Oxóssi, onde habita outros 6 meses do ano.

Devido a essa combinação especial de naturezas distintas, surge Logunedé com o esplendor e elegância herdadas de sua mãe, e a destreza e prosperidade de seu pai.

Em sua indumentária, Logunedé carrega o Ofá de Oxóssi, e o espelho de Oxum.

Símbolo de riqueza e sabedoria

Logunedé herda de sua mãe a intuição aguçada, e de seu pai, a desenvoltura e domínio dos mistérios das matas, sendo um orixá símbolo de riqueza, sabedoria e prosperidade.

Domínios de Logunedé

O orixá menino tem poder sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca, a fartura, a caça, e o conhecimento, representando a junção dos domínios dos axés de seus pais, sendo considerado caçador e pescador.

Trabalhos espirituais especiais de Logunedé

Logunedé é um orixá procurado principalmente para ajudar nas questões financeiras e profissionais, mas também em questões de saúde, especialmente para as mulheres que desejam ter filhos.

Ao filho de Oxum recorremos também para trazer a doçura nos relacionamentos, a bondade e o encanto perdido para os casais.

O príncipe dos orixás confere inspiração aos artistas, sendo protetor das artes em geral.

Sexualidade dos filhos

Certas Casas de Santo do Candomblé ou Umbanda associam Logunedé a androgenia, a homossexualidade ou a bissexualidade, pois ele foge dos padrões convencionais de classificação de outros orixás.

Mas em sua origem, nos templos para Logunedé em Ilesa, os itans (lendas) locais citam-no como um poderoso caçador, cuja a coragem está relacionada a um leopardo, sendo casado com três esposas.

Orixá muito especial

Portanto; Logunedé é originalmente um orixá masculino que detêm em sua essência a duplicidade, os traços do feminino e do masculino, sendo considerado um orixá muito especial e delicado.

Tríade sagrada

Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando uma tríade sagrada, como tantas outras na história das religiões.

Logun Edé está associado a puberdade, ao início da vida adulta, ao despertar da magia e da intuição nos seres humanos.

Filiação pode variar

No entanto, existem outras versões acerca de da filiação de Logunedé.

Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogum e Iansã.

Culto a Logunedé

De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Oxum, sendo um orixá de extremo bom gosto.

Seus objetos devem permanecer junto aos assentamentos de Oxum e, sempre quando agradado, devemos fazer oferendas também à sua mãe.

Logunedé está encantado nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho-da-índia e os pequenos pássaros.

Sua presença se dá no mato baixo, nas matas pouco densas e principalmente na beira dos rios, sua morada predileta.

  • Dia: quinta-feira
  • Dia do ano: 19 de abril, Dia de Santo Expedito
  • Cores: azul-turquesa e amarelo-ouro
  • Símbolos: balança, ofá, abebè, cavalo-marinho e pavão
  • Elementos: terra (floresta) e água doce (de rios e cachoeiras)
  • Domínios: riqueza, fartura, beleza, maternidade, sexualidade
  • Saudação: Logun ô akofá!!! Loci Loci Logum!!

Características dos filhos de Logunedé

Os filhos de Logunedé podem não serem fáceis de reconhecer e nem são muito comuns.

Esses filhos são vaidosos, e estão sempre a procura da criação ou vivência de algo belo, harmonioso.

A aparência jovem é também uma característica forte dos que têm Logunedé como orixá de cabeça. 

O simbolismo da balança

São pessoas de caráter equilibrado quando estão em harmonia com a energia do orixá Logunedé, representado também por uma balança, que equilibra a força entre o feminino e o masculino.

Sabem segredos que os ajudam a conseguir tudo o que querem, seja por intuição ou por descobrirem na prática.

Sua beleza é inesperada e exótica. Não é como a beleza padrão, mas é sempre cativante.

Orixá das descobertas e encantos

Ele é o orixá da beleza em pessoa, o encanto dos jovens, o namoro, o flerte. Rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente.

O seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, no primeiro carinho. Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores e numa paisagem singela.

Pessoas vaidosas

Seus filhos são vaidosos e belos e têm facilidade em conseguir as coisas.

Por isso; às vezes a preguiça ou o ciúme são características que marcam os filhos de Logunedé, fazendo seus filhos parecerem mimados.

E a contradição se forma quando da mãe puxam o lado sociável e, do pai, puxam o individualismo quase egoísta.

Ligação com as artes

Mas sempre se pode esperar arte ao redor dos regidos por Logunedé, e um considerável senso estético.

As artes que coloquem seus filhos em evidência como a dança, a música, o teatro ou o cinema são as preferidas dos filhos do “Príncipe dos Orixás”.

Seus filhos podem também gostar de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar; como o seu pai Oxóssi.

Os filhos de Logunedé podem ter grande atração também pelas artes ocultas, a magia, o ocultismo ou ciências ocultas que estão relacionadas a sua mãe Oxum, dona do oráculo dos orixás, o Jogo de Búzios.

O lado negativo dos filhos

Os filhos de Logunedé podem ser também bastante negativos, chegando a serem soberbos e arrogantes.

Costumam ser associados ao pavão que abre sua cauda exibindo sua beleza que deve superar a de todos, pois podem dar um valor imaginário altíssimo a si próprios.

Podem ser pessoas superficiais, obcecadas por posição social, dinheiro, sexo e vinganças mesquinhas.

Podem desenvolver muita ansiedade e até mesmo depressão por nunca encontrarem o que desejam exatamente na vida, e seguirem sem rumo quando não desenvolvidos espiritualmente.

São pessoas muito propensas a desenvolverem vícios e comportamentos destrutivos quando não evoluem mental e espiritualmente.

Características da personalidade dos filhos de Logunedé em vídeo

Itan ou lenda de Logunedé

1. Nascimento de Logunedé

No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada, nem ninguém os invadisse, guardando sua sabedoria como a um tesouro. 

Conflitos entre Oxóssi e Oxum

Assim vivia a mãe das águas doces, Oxum, e o grande caçador Oxóssi. Esses dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito próximos. 

Oxóssi ficava irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavam alagando toda a floresta. 

A missão de Oxum

Oxum argumentava que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorum. 

Oxóssi não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. 

Intervenção de Olorum

Olorum resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentar apaziguá-los. 

Floresta sem as águas

A floresta de Oxóssi imediatamente começou a sentir os efeitos da ausência das águas de Oxum. 

A vegetação antes exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. 

O sofrimento dos animais

Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. 

A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. 

A separação entre Oxum e Oxóssi

Oxóssi não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. 

Oxum, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la. 

Oxóssi andou pelas matas e florestas da terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum e sempre encontrava o mesmo cenário desolador. 

Oxóssi desespera-se

A floresta estava morrendo e ele não podia fazer nada.

Desesperado, foi até Olorum pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando. 

O maior sábio de todos, o Deus supremo Olorum, explicou-lhe que a falta d’água estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra entre Oxóssi e Oxum. 

A reconciliação

A única salvação era a reconciliação. 

Oxóssi, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxum, propondo  uma trégua. 

Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. 

Oxum queria que Oxóssi se desculpasse, reconhecendo suas qualidades. 

Compreensão e harmonia

Ele, então; compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorum. 

Dessa união nasceu o “Príncipe dos Orixás”, Logunedé, que iria consolidar esse “casamento”, e assim como abrandar os ímpetos de seus pais. 

Logunedé harmoniza o casal

Logun sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma vegetação abundante. 

Sua intervenção era importante para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. 

Logunedé então; procurava manter o equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade. 

Logunedé criou assim; as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesses locais.

O nascimento de Logunedé em vídeo

2. Logunedé rouba segredos de Oxalá

Logunedé era um caçador solitário e infeliz, e muito orgulhoso. 

Todos sabiam da sua fama de pretensioso e ganancioso, mas; muitos os bajulavam pela sua formosura. 

Um dia, Oxalá conheceu Logunedé e o levou para viver em sua casa, sob sua proteção. 

Deu a ele companhia, sabedoria e compreensão.

Mas Logunedé queria muito mais, e roubou alguns segredos que Oxalá deixara à mostra, confiando na honestidade do caçador. 

Logunedé guardou seu furto num embornal a tiracolo, e; dando as costas a Oxalá, ele fugiu.

Não tardou para Oxalá dar-se conta da traição de Logunedé que levara seus segredos. 

Oxalá fez todos os sacrifícios que cabia oferecer e muito calmamente sentenciou que toda a vez que Logunedé usasse um dos seus segredos, todos haveriam de dizer sobre o prodígio:

“Que maravilha o milagre de Oxalá!”. 

Oxalá imaginou o caçador sendo castigado e compreendeu que era pequena a pena imposta, pois o caçador era ganancioso e acostumado a angariar bajulação. 

Oxalá então determinou que Logunedé fosse homem num período e no outro depois fosse mulher e nunca haveria de ser completo. 

Parte do tempo habitaria a floresta vivendo de caça, e noutro tempo, no rio, comendo peixe. Começar sempre de novo era sua sina. 

Mas a sentença era ainda nada para o tamanho do orgulho de Logunedé. Para que o castigo durasse a eternidade, Oxalá fez de Logunedé um orixá.

Lenda retirada do livro: Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001

Banho de ervas de Logunedé

O banho de ervas de Logunedé serve para interferir tanto no amor, domínio de Oxum, quanto no campo da fartura e da prosperidade, domínio de Oxóssi. 

Ingredientes:

  • Um ramo fresco de goiabeira (ou um punhado da erva desidratada);
  • Um ramo fresco de pitangueira (ou um punhado da erva desidratada);
  • Um ramo fresco de manjericão (ou um punhado da erva desidratada);
  • Um ramo fresco (ou um punhado da erva desidratada) de manacá.

Passo-a-passo:

Ferva 1 litro de água em uma panela. Quando levantar fervura, coloque as ervas, desligue o fogo, tampe para abafar.

Deixe esfriar. Coe e separe as ervas para descartar em lixo orgânico ou em campo aberto após o banho, pedindo a Logunedé que leve embora tudo o que está atrasando e bloqueando seus caminhos.

Tome seu banho normalmente. Depois complete o recipiente da infusão com água morna e despeje em seu corpo dos ombros pra baixo. Não jogue na sua cabeça.

Não se esqueça de se concentrar e ir fazendo seus pedidos a Logunedé em todas as etapas do preparo ao banho final.

Simpatia a Logunedé para amor e prosperidade

Você vai precisar de:

  • côco seco;
  • 7 espigas de milho bem verdes;
  • açúcar;
  • 1 prato de louça;
  • 1 vela branca de 7 dias;
  • mel;
  • 1 panela média.

Passo-a-Passo:

  • Defina um local. É recomendado fazer na cachoeira, riacho ou a margem de um rio de água limpa. Se não for possível, coloque em uma mata de campo aberto ou aos pés de uma árvore bem frondosa e bonita;
  • Desfolhe as espigas e reserve as folhas;
  • Retire o milho das 7 espigas de milho verde com uma faca e macere até obter uma pasta;
  • Acrescente o açúcar à massa obtida;
  • Envolva esta massa nas folhas mais tenras que envolvem as espigas, formando uma espécie de trouxinha que se amarra em cima fios da própria palha do milho;
  • Mergulhe as trouxinhas em água fervente e retire logo em seguida;
  • Deixe esfriar, abra as trouxinhas e arrume no prato de louça;
  • Retire o coco da casca (tente não retirar a casca marrom que sai junto à polpa)
  • Corte o coco seco em tiras finas;
  • Coloque as tiras do coco ao redor da massa, enfeitando;
  • Regue com bastante mel;
  • Faça seus pedidos, acenda a vela e louve Logunedé: “Loci Loci! Logun!”;

Observação: Se não for possível fazer em uma quinta-feira, recomenda-se fazer em um sábado!

Oração a Logunedé

“Menino deus, Logunedé, senhor das brincadeiras e das alegrias constantes

Menino deus das bênçãos da vida e da terra cintilante

Menino deus do abebé e do ifá que sua atenção caia sobre mim

Menino deus do ouro das pedras de arco-íris

Menino deus do arco e da flecha que aponta o destino

Menino deus da prosperidade

Menino rei da bondade

Menino deus guarda os meus passos

Menino deus me acolha em seus braços

Menino deus, senhor do mundo, senhor da esperança, guie os meus passos, sob seu manto amarelo e verde. Saravá Logunedé!”

Sincretismo religioso

Logunedé é sincretizado com Santo Expedito, homenageado em 19 de abril pela Igreja Católica. 

Santo Expedito foi possivelmente um cristão martirizado no século IV, em Melitene, na Armênia.

Nada se sabe sobre a vida de Santo Expedito nem onde foi sepultado, e muitos pesquisadores questionam se ele de fato existiu.

Contudo, formou-se um folclore ao redor de Santo Expedito, e ele é objeto de grande devoção popular em muitos países como o santo das causas urgentes, às vezes; em sincretismo com figuras de outras religiões, como na Umbanda, onde está relacionado a Logunedé.

Oração a Santo Expedito

Meu Santo Expedito das causas justas e urgentes interceda por mim junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo, socorra-me nesta hora de aflição e desespero, meu Santo Expedito.

Vós que sois um Santo guerreiro, Vós que sois o Santo dos aflitos, Vós que sois o Santo dos desesperados, Vós que sois o Santo das causas urgentes, proteja-me.

Ajuda-me, Dai-me força, coragem e serenidade. Atenda meu pedido (Fazer o pedido).

Meu Santo Expedito! Ajuda-me a superar estas horas difíceis, proteja de todos que possam me prejudicar, proteja minha família, atenda ao meu pedido com urgência.

Devolva-me a paz e a tranqüilidade.

Meu Santo Expedito! Serei grato pelo resto de minha vida e levarei seu nome a todos que têm fé. 

Muito obrigado, Meu Santo Expedito!

Oração a Santo Expedito em vídeo

Obrigação Anual a Logunedé

Se você desejar fazer sua oferenda o orixá Logunedé;  deve enviar e-mail informando seu desejo.

Oferecemos a comodidade de entregar seus trabalhos espirituais particulares, segundo as regras e fundamentos de Umbanda, e; compartilhar as graças do orixá Logunedé.

Você deve entrar em contato por meio do formulário abaixo. Na mensagem, informe seu desejo de participar das oferendas ao orixá Logunedé.

As taxas cobradas são diferenciadas, devido aos materiais utilizados nas oferendas. Enviaremos maiores informações pelo seu email.

Jogo de Búzios para descobrir seus orixás e entidades

Se você quer descobrir orixás e entidades que acompanham você desde o nascimento, o site “Raízes Espirituais” vai revelar e ensinar como cultua-los.

  • Descobre os 3 principais orixás e como cultua-los.
  • Descobre as entidades regentes: Exú, Pombagira, Caboclo e Cabocla, Preto e Preta Velha, e como cultua-las.

Essa consulta é enviada no dia seguinte a realização feita pela mãe de santo.